Projecto casa d'arvore | Psicologia & Psicoterapia Setúbal |
bem vindo a casa!
Photo by Kyle Glenn on Unsplash Apesar do tempo ser uma ilusão, temos necessidade de o dividir para nossa organização, compreensão e entendimento. Nesse sentido, os rituais como festividades e comemorações, ajudam a dar sentido à nossa narrativa, desde tempos imemoriais.
O fim de ano tem esse sabor. Uma sensação de perda do que já foi, uma renovação do que há de ser. Depositamos esperanças nesses 365 dias que aí vêm. Para alguns, o novo ano trás consigo mais oportunidades. Para outros, é apenas o continuar de tormentas. Há ainda quem não lhe atribui sentido nenhum ou que por questões religiosas celebra o transitar de ciclo noutras alturas. Não é igual para todos, é certo. Mas este 2021 parece ter uniformizado um pouco as coisas na medida em que todo o mundo se tem debatido com a pandemia. De certa forma isso une-nos e faz dissipar algumas diferenças - mas na realidade agravou bastante as diferenças. Porém, isso é outra reflexão. Para o momento presente quero dar enfâse ao que uniu e não ao que separou - talvez ainda resquícios de ambiente festivo? Então, a pandemia une-nos. Une-nos o desejo de voltar a sentir "liberdade" (seja ela o que for para cada um de nós), de não ter medo de abraçar ou beijar pessoas (e logo nós, portugueses, tão tácteis!), de celebrar "como deve ser", de viajar sem restrições. Une-nos o desejo de viver. Não sei bem se a pandemia trouxe mais ou menos consciência, afinal os problemas de muitos sempre lá estiveram e infelizmente continuam. Em março de 2020 todos esperámos que a lição aprendida nos tornaria mais humanos, mais preocupados com o planeta, mais justos. Mas somos... humanos. Imperfeitos, com uma capacidade de adaptação fantástica e... de memória curta. O mundo não mudou. Mas é possível que muitos de nós tenham feito ajustes, pequenas mudanças, quem sabe mais amigas de outros humanos e do nosso planeta... acredito que sim. Mas não da forma globalizada que auspiciámos em março. Inocentes e aflitos. Não sei dizer se 2020 foi pior que outros anos. Foi desafiante e esses desafios não foram embora com as promessas de ano novo. Exigiu de nós. Muito. Mas mau? O que define o que é mau ou bom? Essa é uma definição tão subjetiva e circunscrita num determinado tempo. À distância, tudo pode parecer melhor ou pior do que quando vivido... Uma lição importante, pelo menos para mim, foi o relembrar da finitude. Olhar para a morte (física e simbólica) como parte da vida, parte do processo de transformação. Olhar para o fim como parte interligada e não como algo separado. Afinal, essa lição está sempre aí - a tal de que apenas existe o momento, o agora e nada mais. A de um ciclo infinito de sucessões, de consequências. Não é isso o tempo? Sequências e consequências. É então hora de aproveitar as manhãs frescas de inverno, cujos raios de sol sabem... pela vida! Aproveitar a sensação de novo, de potencial, de vontade de "agora é que é". Desejo-nos um ano de 2021 com uma história que nos dê vontade de recordar! Photo by averie woodard on Unsplash Quando era miúda, enjoava quando ia de transportes. Carro ou barco, eram os mais comuns. Comboio e avião, menos. Mas acontecia e às vezes, ainda acontece. Como já levo uns aninhos disto, fui desenvolvendo estratégias- vou à frente, se possível. Se não, tomo um comprimido para o enjoo. Levo água, levo música, roupa leve, ar fresco. O calor ativa logo a náusea! Há alturas em que passo bem, mas há outras em que só de me sentar posso ficar enjoada. É aborrecido, mas é assim. Por isso, desde cedo aprendi ( pelo menos neste capítulo) a pedir o que preciso. E como não gosto nada da sensação, porque me ativa uma ansiedade que aumenta a náusea, faço o possível para a evitar. Pois claro! Mas há uma regra muito importante que aprendi, independentemente das estratégias do momento- manter um ponto fixo no horizonte. Nestes meses de pandemia, tenho dado por mim várias vezes a dizer-me "mantém um ponto fixo no horizonte" e não relativo a transportes. Ando mais de bicicleta, por isso não enjoo! Mas de autocarro, a máscara ativa aquele "calor" que por norma trás o receio da náusea...mas nem tem sido nestas ocasiões. Tem sido mesmo no dia-a-dia, aliás, a cada mensagem de Estado sobre a nossa situação. Cada renovação de Emergência, Calamidade ou o que for, dou por mim a tentar regular a minha agitação interior com este "mantra". E fez-me pensar. Sem dúvida que além de todos os desafios que a vida nos coloca a toda a hora, este representa uma escala que aumenta tudo o que já houver na base. Se nos apanha numa fase serena, sem nos faltarem coisas básicas (um teto, afeto, algum dinheiro, emprego, família, saúde, etc.), talvez consigamos até usar a criatividade ou mudar os nossos hábitos para melhor. Mas não estamos todos no mesmo pé. E caso uma das "bases" esteja comprometida, o que pode influenciar e agitar é mais imprevisível. Como se lida com algo desta dimensão, que afeta todos e que está a durar tanto tempo? Sinto-me grata por não ter termo de comparação, porque isso significa que nunca estive perante algo tão grande. Há países que durante a minha vida já passaram por mais do que uma guerra ou atentados ou algum fator de instabilidade de forma duradoura. Nós em Portugal, apesar das instabilidades económicas e de algumas demoras no desenvolvimento, temos tido paz. A pandemia trouxe consigo a sensação de "ameaça" permanente, em várias dimensões. Sobre o vírus, não posso opinar- deixo com quem sabe essa tarefa. Mas sei que uma situação prolongada no tempo que toca nas nossas estruturas de sobrevivência pode despoletar reações desajustadas, trauma, desconexão, aumento de patologia, aumento da sensação de insegurança, desconfiança, isolamento. A comunicação ambivalente obriga a ir buscar coerência de outro modo: escolho o que ouço ou o que vejo? A incoerência surge quando o que é dito e as ações não batem certo, não fazem sentido. E isso gera desconfiança e insegurança. E talvez, no momento em que escrevo, este aspeto me preocupe mais do que o vírus em si. Porque para se implementarem boas práticas elas têm que ser coerentes, fazer sentido. E neste momento, ninguém parece conseguir olhar o horizonte de forma a trazer esse sentimento. Daí, de novo, o mantra " mantém um ponto fixo no horizonte" tem feito tanto sentido. A questão que talvez se imponha é "que horizonte?". Considero que é algo que cada um de nós tem que escolher- pode ser o foco na rotina, nos recursos, na consciência da necessidade e no pedido da mesma, na relação… o horizonte não tem que ser o futuro, o amanhã. Talvez seja só o "hoje". O que me ajuda a sentir equilibrada hoje? Pode ser conversar com alguém ou estar um pouco sozinha. Pode ser tirar um dia livre, escrever, ler, cozinhar, limpar ou organizar. Algo que gere um sentimento de controlo no aqui e agora. Sentimento de chão firme por baixo dos pés, de verticalidade. Quando eu ainda não sabia, tentava ir conversando com os meus pais, mudar de posição no carro, olhar pela janela lateral a paisagem.. e em menos de nada lá vinha a náusea! Raramente passou disso, mas de certeza que é fácil entender que não é nada agradável estar " enjoada". Tinha que pedir para parar, demorava imenso a passar ( e às vezes lá ia como estava!), tinha suores, ficava (ainda mais) pálida! Um suplicio! Sim, os medicamentos para o enjoo vieram dar algum alívio, mas se eu não cumprisse algumas regras em menos de nada estava na mesma. Assim, o mantra "mantém um ponto fixo no horizonte" serve para me recordar que mesmo quando não tenho controlo sobre a estrada que estou a seguir, quanto tempo demora a chegar ou se tem muitas curvas, é possível manter-me calma, focada e segura. O tempo que for preciso. Estamos de regresso a Casa a partir de dia 11 de maio!
Primeiro, muito devagarinho, apenas para quem estava já em acompanhamento e não teve oportunidade de ter sessões online. Depois, nas semanas seguintes, e se tudo correr bem, poderemos começar a alargar a todos os outros pacientes em acompanhamento ou novos. E assim iremos caminhando, devagarinho até pelo menos dia 30 de junho. Ou seja, até lá, a Casa estará a funcionar apenas com 2 a 3 pessoas por dia. O acompanhamento online, continua e é preferencial. Essa é a diretriz da Ordem dos Psicólogos Portugueses (www.ordemdospsicologos.pt/pt/noticia/2830) e da APA (www.apaservices.org/practice/news/in-person-services-covid-19). Devemos manter tanto quanto possível os serviços à distância excepto se houver compromisso da relação terapêutica e se justificar ser mais benéfico estar em presença. Principalmente para quem está sem acompanhamento há cerca de 2 meses, pareceu-me importante abrir esta possibilidade. Os restantes casos serão continuadamente avaliados, caso a caso, momento a momento. É importante ter em conta que poderá ser necessário voltar atrás. Pelas ordens do Governo Português ou porque não é, afinal, praticável o acompanhamento presencial com as restrições vigentes. Estou aberta à experiência e, com toda a segurança necessária, a chegar um pouco mais perto. Mas é importante também que o terapeuta se sinta confortável e seguro para proporcionar o apoio necessário ao outro. Cuidar de nós é cuidar do outro. Sinto algum nervoso miudinho. Sinto saudades da Casa e da energia das pessoas com quem trabalho. Mas estou preparada. Até já, Espaço terapêutico na Casa d'árvore- foto de Carla Ricardo Finalmente vamos poder estar juntos de novo! Com os devidos cuidados, com algumas nuances, mas vai ser possível. Aos poucos, resgatamos a "normalidade" seja qual for o sabor que tal tenha para cada um de nós, agora. Tenho saudades do meu cantinho, da minha casa na árvore, do centro da cidade, do movimento das pessoas na praça. Tenho saudades de sentir a energia das pessoas com quem trabalho, sem interferências ou quebras de rede. Nada substitui a presença. Porém, ainda bem que temos alternativas ao dispor que nos permitem diminuir distâncias. Mas os órgãos dos sentidos não ficam satisfeitos, há um desequilíbrio onde a audição e a visão se sobrepõe... e que cansadas ficam sem a ajuda dos restantes! Vamos regressar devagarinho. Ainda não é certo do dia, mas será entre 11 e 18 de maio. Logo, logo ,direi. Até já, Faz hoje 26 dias que vim para casa. Acho que, como todos, com um misto de ansiedade e expectativa. "Tudo o que vai ser possível fazer agora! Ler, organizar, cozinhar, exercitar, dormir...!" Oh, que inocente fui! A realidade não tem sido assim. Em parte, e ainda bem, a rotina profissional não alterou drasticamente. Continuo a trabalhar com algum ritmo e isso ajuda a dar sentido e organizar o dia. Por outro lado, o tal tempo que andamos sempre atrás, o tal que virá (como um Messias?) se fizermos ou não fizermos uma série de coisas...não veio. E não veio porque é subjectivo. Não tem qualquer relação com o tempo físico pré estabelecido que os humanos definiram. Enganaram-nos de novo! O que veio então, até agora? Uma nova rotina (mais caseira) com os velhos hábitos e as velhas dificuldades. O desafio continua e está pouco relacionado com o tempo. Emocionalmente, há um impacto que é sentido por estar a viver uma circunstância tão atípica. No meu caso, costuma vir com um certo grau de distanciamento emocional, que permite manter o funcionamento mas não elabora grandemente as emoções. É um distanciamento emocional de segurança, mas que às vezes se torna numa avalanche de emoções vindas de sei-lá de-onde!!! Como já vou conhecendo este lugar, sei que daqui por algum tempo vou voltar a sentir com mais intensidade e aí sim, vou desorganizar-me um bocadinho, perder-me um bocadinho, até me encontrar de novo. Já conheço esse ciclo, suponho que não vá ser diferente desta vez... Porém, dava por mim a pensar que estou de certo modo a funcionar nos serviços mínimos de tudo. Não experiencio plenitude ou satisfação imensa em grandes coisas, excepto, é verdade, em estar mais tempo com os meus filhos e gatos. Talvez isso, poder fazer a tal pausa de 10 minutos de trabalho para tira um cafézinho e em vez de o fazer sozinha no meu gabinete, a ver a Praça e as pessoas a passar, veja os meus filhos e os meus gatos a cirandar pela casa. Isso é, provavelmente, o momento mais reconfortante, Não tenho tanta disponibilidade emocional para socializar como imaginei. Nem sempre tenho a concentração para ler tanto como desejei, nem sempre consigo dormir o tempo que gostava, nem sempre aproveito aquela hora "morta" da forma tão criativa como desejei, nem sempre cozinho refeições super nutritivas com idealizei, nem sempre me desligo das redes sociais como decidi. Mas aproveito cada cheirinho dos meus, cada abraço, cada oportunidade para tagarelar. Isso é tudo! Olho para os miúdos e reconheço-lhes uma garra e capacidade de adaptação incrível! Os nossos gatos, que merecerão um post só para eles, em breve, são uma corrente de ar fresco no dia-a-dia. Vê-los brincar e dormir é fantástico! Como os gatos sabem aproveitar a vida! O pior mesmo, não tem sido estar em casa. Até gosto, imagine-se! É não poder abraçar e beijar mais. Os meus pais, tios, sogros, primos, toda a família alargada com quem convivo tão frequentemente e agora, só à distância. Ás vezes penso, em momentos "Que se lixe!", em abraçá-los. Mas não o faço. E aí dói. E separamo-nos rápido para doer menos. Estamos todos em serviços mínimos, mas principalmente de afecto. Tiro o chapéu a todos os que conseguem mais, que estão realmente a tirar todo o sumo desta fase distópica. Eu não estou a consiguir. O melhor que consigo é preservar alguma energia e manter-me suficientemente perto, suficientemente disponível. Suficientemente clara e suficientemente profissional. Suficientemente... eu. Vivemos dias estranhos. Tudo abrandou à nossa volta (o que é bom), mas de uma forma súbita e urgente. Não haviam urgências antes? Claro que sim. Mas esta impôs-se.
De repente há um sentimento de perda generalizado. Mas perda de quê? Do que é conhecido, previsível, "controlado". Este fenómeno que nos aconteceu (e que está ainda a decorrer) é de impacto global. Estamos todos, no planeta, de alguma forma, a lidar com um inimigo comum. Se por um lado pode dar um sentimento de comunidade, também faz sentir que não há por onde escapar. E cada um de nós experienciará de forma diferente os dois lados da moeda. Ambos são verdadeiros. A única experiência que consigo comparar com o que tenho sentido ultimamente é o luto. Quando perdi pessoas queridas, um misto de tristeza e zanga se apoderaram de mim. Como pode o mundo seguir igual quando tudo mudou? Como podem os outros não viver esta dor? Como pode o dia amanhecer e anoitecer como antes? É um pouco assim. Os dias, no geral, estão iguais com sempre estiveram. Amanhece, entardece e anoitece. E depois outra vez. As noites longas dão lugar a dias longos e depois o oposto. As marés fluem, as fases da lua sucedem-se, ritmicamente, há milhões de anos... Eu, mera humana e recém chegada a este planeta, no alto da minha importância questiono: Como pode ser? Não entendes a minha dor, mundo? E afinal, dor e perda de quê? Da correria, do barulho, do muito...do contacto físico, da ilusão da liberdade, de toda a potencial (e por vezes enlouquecedora) escolha? Não sei bem como me sinto, na verdade. Em parte, uma satisfação pelo abrandamento geral da vida. A parte mais difícil é a sensação de limitação. Quando nos limitam algo, parece que se fica logo com mais vontade! Já os antigos diziam "o fruto proibido é o mais apetecido". Penso às vezes "Para onde ia eu hoje se pudesse?" Talvez a lado nenhum em particular, tantas foram as vezes que desejei ficar em casa, a ler ou a ver tv. Mas saber que não posso, ahhhh. Fica logo uma vontade daquelas! Por tudo isto, ainda não sei bem como me sinto. Oscilo entre alguma zanga que sai sob forma de impaciência ou irritabilidade, e uma calma estranha com a entrega ao que quer que aí venha. No dia 15 de Março vou dinamizar o workshop "Stranger Me - Integrar a Sombra do Eu". Estão todos convidados a participar nesta pequena e suave viagem através de algumas dinâmicas vivenciais. O link para o evento, como todos os detalhes é: https://www.facebook.com/events/1528622950634163/ Conto convosco! Photo by Annie Spratt at Unsplash Gosto desta época para refletir um pouco. Quando se aproxima o final de um ciclo (mesmo que seja um ciclo fictício, determinado pelo Homem e não pela Natureza) dá-me prazer fazer uma espécie de balanço. Não tomo propriamente decisões de ano novo- já se sabe que em meados de janeiro se perderam as boas intenções! Mas tiro uns minutos do dia, ao longo de vários dias para honrar o que fica e planear o que gostaria que viesse.
Este ano de 2019 teve dois momentos muito diferentes- a primeira metade foi tão ou mais dura que o ano anterior, onde a esperança por vezes já era pouco mais que um pirilampo. Mas fecharam-se pequenos ciclos, o que é bom. A segunda metade foi mais leve, agradável, cheia de viagens e pequenas aventuras. Mais próspera e com uma esperança renovada. Porém não significa que tudo é perfeito! Apenas que as condições para apreciar e enfrentar a vida ficaram um pouco mais sólidas. Viajar é uma das coisas mais importantes para mim. Não tanto a viagem turística tipo, mas estar, observar e absorver o outro- sítio, sabor, pessoa, clima, perspectiva. Nem sempre necessário ir longe, viajar dentro da fantasia e da imaginação é igualmente (senão até mais?) benéfico e prazenteiro. Espero deste novo ano que as viagens que fiz me tragam a sabedoria para apreciar os desafios e que as que ainda vou fazer me preencham o imaginário de sonhos. Desejo a todos uma excelente entrada nos anos 20 e que possamos sempre viajar livremente! Passou um ano desde a última publicação. Uau, não tinha a noção... Mas espelha bem o que sinto sobre este último ano. Voou. Voou alto e baixo, lamacento, peganhento, lento e ao mesmo tempo mostrou-me a capacidade de renascer mesmo em lugares inesperados. Enquanto decorria sentia que estava a ser um ano mau, mas agora olho...e penso que mau não é justo. Desafiante. É isso, desafiante. Foi o ano dos meus 40 anos. O ano de perder animais de estimação. O ano das avarias e das despesas surpresa. O ano em que o semeado não germinou, até agora. O ano da paciência ( e por vezes do desespero). O ano de definir carácter, relações, posições perante assuntos. O ano da prova dos nove.
Agora que, devagarinho se aproxima do fim, sinto paz e alguma leveza. Curioso, há uns dias não era nada disto...será esperança? Julgo que sim, deve ser esperança. De certo modo, fui constatando que não estava só nesta minha sensação de ano difícil. Para muitas das pessoas com quem me fui relacionando, senti essa percepção. De modo diferente para cada um, certo. Mas no geral, quase todas as pessoas referiam que este ano estava a ser dos mais difíceis. Também houveram surpresas, concretizações e mudanças boas, mas quase todas acompanhadas da sensação de ser custoso, demorado, enleado...difícil. Deixo então, aqui, uma humilde homenagem ao difícil. Sem me posicionar em bom ou mau. Sem julgamento. Apenas honrando esta palavra, esta sensação e permitindo senti-la sem ter que correr a catalogá-la. Se até nas mais altas montanhas a vida cresce e transcende as expectativas...Abraço os finais e os começos. Abraço o novo ciclo. Feliz 2019! |
Carla RicardoPsicóloga Clínica Archives
Janeiro 2021
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